Você pensa que viver como Cristo ensinou e até morrer por Ele é impossível?
Veja como não é assim: conheça a Bem-aventurada Albertina Bérkenbrock, (clique com o mouse sobre o nome), brasileira, neta de alemães, nascida na pequena comunidade de São Luís, paróquia de Vargem do Cedro, diocese de Tubarão, SC.
Albertina Bérkenbrock, com apenas 12 anos de idade, morta em 15 de junho de 1931 por um homem que queria violentá-la, foi beatificada como virgem e mártir, em Tubarão, no dia 20 de outubro de 2007.
Albertina, bem-aventurada, é uma luz posta sobre o candelabro: ela ilumina os corações, dissipa as trevas, indica veredas, aponta caminhos, mostra o Evangelho.
Em sua breve vida, ela jamais caminhou nas trevas. Sua vida foi simples como a água e o pão; nada fez fora do comum. Viveu, porém, luminosamente. Casa, família, escola, trabalho, igreja, oração... tudo simples, tudo lúcido.
A luz do seu batismo iluminava-a por inteiro. Por isso, Albertina brilhava diante de todos. Hoje, sua luz brilha em nossa terra, para todos, especialmente para a juventude. Seu exemplo ensina como viver na luz do batismo e do Evangelho de Jesus.
Albertina nasceu no dia 11 de abril de 1919; foi batizada em 25 de maio de 1919, crismou-se em 9 de março de 1925 e fez a primeira Comunhão no dia 16 de agosto de 1928.
Os Bérkenbrock eram família numerosa de agricultores. Bons cristãos, nunca faltavam às celebrações da comunidade católica local. Recitavam as orações em família; em sua casa nunca faltou a oração do terço de Nossa Senhora. Todos os domingos e dias santos iam à missa.
Seus pais e familiares souberam educar a menina na fé e lhe transmitiram muito cedo as principais verdades da Igreja. Ela aprendeu logo as orações, era perseverante em fazê-las e muito recolhida ao rezar.
Sempre que um padre aparecia
A formação cristã instilou em Albertina a inclinação à bondade, às práticas religiosas e à vivência das virtudes cristãs, na medida em que uma menina de sua idade as entendia e podia vivê-las.
Foi no ambiente simples, belo e cristão de sua família que Albertina cresceu. Ajudava os pais nos trabalhos da roça e
Gozava de grande estima na escolinha local, particularmente por parte de seu professor, que a elogiava por suas condições espirituais e morais superiores à sua idade e que a distinguiam entre as colegas de escola.
Ela se aplicou ao estudo, aprendeu bem o catecismo, conheceu os Mandamentos de Deus e seu significado. Às vezes, alguns meninos punham à prova sua mansidão, modéstia, timidez e repugnância por certas faltas. Albertina então se calava.
Era pessoa cândida, simples, sem fingimentos. Grande era sua caridade. Gostava de acompanhar as meninas mais pobres, de jogar com elas e com elas dividir o pão que trazia de casa para comer no intervalo das aulas.
Teve especial carinho para com os filhos do seu assassino, que trabalhava na casa do pai. Muitas vezes Albertina lhe deu de comer a ele e aos filhos pequenos, com os quais se entretinha alegremente, acariciando-os e carregando-os ao colo.
Essas atitudes cristãs mostram que Albertina, apesar de sua pouca idade, vivia impregnada de Evangelho. Não é de estranhar, portanto, se comportou com fortaleza cristã no momento de sua morte.
Tudo corria normalmente no dia 15 de junho de 1931. Perdera-se um boi pelos pastos.
Albertina, a pedido do pai, vai procurá-lo. Anda de cá para lá, olha, chama pelo “Pintado”, mas nada! De longe, Maneco Palhoça (apelido do assassino), que rumina dentro de si o plano de assediar a menina, acompanha-a com o olhar e estuda como aproximar-se dela e fazer-lhe a proposta.
Albertina, apesar de seus 12 anos, aparentava mais idade e tinha um corpo já bastante desenvolvido; era alta e forte, acostumada ao sol e aos trabalhos da roça. Tinha cabelos louros tendendo ao castanho, olhos verde-escuros; era bonita, uma mocinha. Como não desejá-la?
Albertina procura o boi fugitivo. De repente vê ao longe alguns chifres e corre naquela direção; eram, porém, outros bois, que estavam amarrados ali. Com surpresa, porém, encontra perto deles Maneco, carregando feijão na carroça.
À pergunta de Albertina pelo boi desaparecido, o homem lhe dá uma pista falsa a fim de encaminhá-la ao lugar onde poderia satisfazer seus desejos sem chamar atenção.
Albertina, ingênua, seguiu a indicação de Maneco, embrenhou-se pela mata. De repente, percebe que os gravetos estalam, as folhas farfalham... Ela pensa ser o boi; eis, porém, que, dá de cara com Maneco. Fica petrificada.
Chegara o momento supremo! Maneco lhe propõe sua intenção. Albertina, decididamente, recusa. Começa então a tentativa do assassino de se apossar de Albertina, mas ela não se deixa subjugar. A menina é forte. Aos pontapés, quase derruba o assassino. A luta é longa e terrível. Ela não cede.
Abatida, por fim, ao chão, agora está totalmente nas mãos do agressor. Ainda assim, defende-se, agarra seu vestido e se cobre o mais que pode. Maneco, derrotado moralmente pela menina, vinga-se, agarra-a pelos cabelos e afunda o canivete no pescoço e a degola.
Está morta Albertina!
Por volta das 18 horas, Albertina, morta, retorna à casa paterna... Em meio à dor dos familiares, havia um conforto: Albertina tinha resistido, conservara sua pureza e virgindade (mais tarde, o assassino, na cadeia, confessaria a companheiros como Albertina resistiu valentemente a seus intensos sensuais).
Dia 17 de junho, sob forte chuva, Albertina foi sepultada no centro do cemitério de São Luís. Todos voltam para casa e se perguntam se foi sonho ou realidade o que aconteceu. E comentam: Albertina não era uma menina qualquer. Era uma menina especial.
Imediatamente, formou-se entre o povo a convicção de que Albertina morreu mártir e, por isso, é “santa”. Muito cedo começaram a correr relatos de graças alcançadas por intercessão de Albertina. Iniciaram-se romarias ao lugar de sua morte e a seu túmulo no cemitério de São Luís; essa interminável peregrinação dura até hoje.
Aberta a Causa de Beatificação e Canonização em 1952, finalmente, chegou a bom termo no fim de 2006. Sua morte foi reconhecida como autêntico martírio por decreto do Papa Bento XVI, seguindo-se a beatificação.
Hoje, os restos mortais da Bem-aventurada Albertina estão sepultados na capela de São Luís, sua terra natal e que a viu morrer como virgem e mártir. No calendário litúrgico, sua festa é celebrada no dia 15 de junho, data do seu martírio.
O martírio é um dom de Deus e Ele o dá a quem quer. Entretanto, a vida cristã de Albertina foi fruto de seu empenho para ser coerente com o Batismo e com o Evangelho que ela aprendeu na infância. Seu testemunho de vida é um estímulo para você também viver em plena coerência, como discípulo e discípula de Jesus.
Isso você pode e mesmo deve fazer; basta querer, pois a força de Deus está sempre do seu lado.
Em todo tempo e lugar, esforce-se por dar testemunho de Jesus Cristo, como a Bem-aventurada Albertina!
(Os restos mortais da B. Albertina estão sepultados na capela de São Luís, sua comunidade, como na foto acima; ali as romarias são contínuas).
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Se quiser saber mais sobre a vida e a morte da B. Albertina, Cf. HILÁRIO MOSER, Albertina, a Menina Bem-aventurada, Edições Loyola, São Paulo, 2009, 61 páginas.
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São José, rogai por nós!
NOSSA SENHORA, Mãe das Dores e de Misericórdia, que a luz que emana das chagas gloriosas de Vosso Filho Jesus, destruam as forças de nossos inimigos pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus, Nosso Senhor, dos nossos inimigos, em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, AMÉM!
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